Conheça os Mitos e Verdades sobre o TDAH
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neuropsiquiátrico que afeta milhões de crianças e adultos em todo o mundo. Caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH pode impactar significativamente a vida escolar, profissional e social dos indivíduos afetados. Saliento que é uma condição crônica, não há cura. É comum em alguns sites ver o TDAH sendo citado como uma doença, mas não é. É um transtorno do neurodesenvolvimento.
Existem inúmeras críticas relacionadas ao TDAH, muitos dizem que foi inventado pela modernidade e para justificar jovens preguiçosos. Todas essas críticas ocorrem devido à falta de conhecimento sobre o assunto.
No passado não era comum o diagnóstico de TDAH, muitos profissionais não tinham conhecimento sobre o assunto. Pessoas cresceram com o problema sem saber que se tratava de um transtorno e que havia tratamento. Infelizmente as consequências para muitos que viveram sem saber disso, foram devastadoras, desde o vício em drogas a uma série de comorbidades e uma via sem estrutura familiar e carreira profissional.
Mitos e verdades sobre o TDAH:
Mito 1:O TDAH não é uma condição real, é apenas uma desculpa para mau comportamento.
Verdade: O TDAH é um transtorno neurobiológico reconhecido por importantes instituições de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Americana de Psiquiatria (APA). Ele tem uma base genética e neurológica bem documentada e não se trata de uma desculpa para comportamento inadequado.
Mito 2: Apenas crianças têm TDAH.
Verdade: Embora o TDAH seja frequentemente diagnosticado na infância, ele pode persistir na adolescência e na vida adulta. Muitos adultos com TDAH não foram diagnosticados na infância e só reconhecem os sintomas mais tarde na vida.
Mito 3: Crianças com TDAH só precisam de mais disciplina.
Verdade: O TDAH não é resultado de má criação ou falta de disciplina. É um transtorno que afeta a capacidade de uma pessoa de prestar atenção, controlar impulsos e regular sua energia. Estratégias comportamentais e intervenções terapêuticas são necessárias para ajudar a gerenciar os sintomas.
Mito 4: Medicamentos para TDAH são perigosos e causam dependência.
Verdade: Quando usados corretamente sob supervisão médica, os medicamentos para TDAH são seguros e eficazes. Os estimulantes, que são comumente prescritos, têm sido amplamente estudados e não causam dependência quando usados conforme prescrito. Além disso, existem opções de medicamentos não estimulantes.
Mito 5: O TDAH é resultado de uma dieta pobre.
Verdade: Não há evidências científicas suficientes para apoiar a ideia de que uma dieta pobre cause TDAH. No entanto, uma alimentação saudável pode ajudar na gestão dossintomas. Alguns estudos sugerem que certos aditivos alimentares e açúcares podem exacerbar ossintomas em algumas crianças, mas eles não são a causa do TDAH.
Mito 6: Crianças com TDAH são menos inteligentes.
Verdade: O TDAH não tem relação com a inteligência. Crianças e adultos com TDAH podem ter qualquer nível de inteligência, desde altas habilidades até dificuldades de aprendizado. O TDAH afeta a atenção e o controle de impulsos, não a capacidade intelectual. O TDAH não tratado pode interferir no aprendizado, mas isso não significa falta de inteligência!
Mito 7: O TDAH sempre se manifesta como hiperatividade.
Verdade: O TDAH pode se manifestar de diferentes maneiras. Existem três tipos principais de TDAH: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-impulsivo e combinado. Nem todas as pessoas com TDAH são hiperativas; algumas podem principalmente ter dificuldades com atenção e concentração.
Mito 8:O TDAH é causado por assistir muita televisão ou usar muitos dispositivos eletrônicos.
Verdade: Embora o uso excessivo de eletrônicos possa exacerbar os sintomas em algumas crianças, não é a causa do TDAH. O transtorno tem uma base neurobiológica e genética.
Causas do TDAH
As causas exatas do TDAH ainda não são completamente compreendidas, mas pesquisas sugerem que uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais pode contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
- Genética: Estudos mostram que o TDAH tende a ser hereditário. Crianças com pais ou irmãos com TDAH têm uma maior probabilidade de desenvolver o transtorno.
- Fatores Neurológicos: Diferenças na estrutura e função cerebral também têm sido observadas em pessoas com TDAH. Áreas do cérebro responsáveis pelo controle da atenção e do comportamento parecem funcionar de maneira diferente em indivíduos com o transtorno.
- Fatores Ambientais: Exposição a certas substâncias durante a gravidez, como álcool e tabaco, complicações durante o parto e exposição a toxinas ambientais (como chumbo) na primeira infância também podem aumentar o risco de TDAH.
Sintomas do TDAH
Os sintomas do TDAH geralmente se manifestam em três categorias principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
- Desatenção:
- Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades.
- Cometer erros por descuido em trabalhos escolares ou outras atividades.
- Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas.
- Distrair-se facilmente por estímulos externos.
- Esquecer de realizar atividades diárias.
- Hiperatividade:
- Inquietação constante, como bater os pés ou mexer as mãos.
- Dificuldade em permanecer sentado por períodos prolongados.
- Falar excessivamente.
- Sentir-se constantemente "em movimento".
- Impulsividade:
- Responder antes de ouvir a pergunta completa.
- Dificuldade em esperar sua vez em atividades ou conversas.
- Interromper ou se intrometer nas conversas ou jogos dos outros.
Saliento que esses são apenas alguns dos muitos sintomas do TDAH, por isso é fundamental buscar um profissional para o diagnóstico. Outro ponto importante a ser citado, é que muitos desses sintomas podem apresentar-se em decorrência de outros fatores, como estresse e outros transtornos.
Tratamento do TDAH
O tratamento do TDAH geralmente envolve uma combinação de intervenções farmacológicas, terapêuticas e educacionais.
- Medicamentos:
- Estimulantes, como metilfenidato e anfetaminas, são frequentemente prescritos para ajudar a melhorar a atenção e reduzir a hiperatividade e impulsividade.
- Medicamentos não estimulantes, como atomoxetina e guanfacina, também podem ser utilizados.
- Terapias Comportamentais:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar indivíduos com TDAH a desenvolver habilidades para gerenciar sintomas e comportamentos problemáticos.
- Treinamento de habilidades sociais pode ser benéfico para crianças que têm dificuldades em interações sociais.
- Intervenções Educacionais:
- Planos educacionais individualizados (IEPs) podem ser desenvolvidos para ajudar crianças com TDAH a obter suporte acadêmico adequado.
- Técnicas de ensino específicas, como a utilização de reforços positivos e a criação de um ambiente de aprendizado estruturado, podem ser eficazes.
- Suporte Psicológico e Familiar:
- Psicoterapia através da terapia familiar sistêmica, pode ajudar tanto a pessoa com TDAH quanto sua família a entender e gerenciar o transtorno.
- -Grupos de apoio e educação para pais podem fornecer estratégias práticas e apoio emocional.
Embora o TDAH possa apresentar desafios significativos, com o diagnóstico e tratamentos adequados, muitas pessoas com o transtorno podem levar vidas produtivas e satisfatórias. A conscientização sobre o TDAH e a implementação de estratégias de manejo eficazes são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados e suas famílias.
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