Rede Gazeta Guarapuava

Terça-feira, 11 de Novembro de 2025
Minha profissão pode deixar de existir pela Inteligência Artificial?

COTIDIANO

Minha profissão pode deixar de existir pela Inteligência Artificial?

A IA esteve aqui o tempo todo e agora começa a nos desafiar

IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

A inteligência artificial (IA) está provocando uma revolução silenciosa na sociedade, mas que deixa marcas profundas. Em duas décadas, saímos de um celular “tijolão” para um smartphone capaz de realizar inúmeras atividades de forma automatizada e, mais recentemente, temos acesso a um site que realiza qualquer trabalho, antes manual e intelectual, a um simples comando, ou, na linguagem atual, prompt.

Mas a IA não se resume ao ChatGPT. Muito pelo contrário: ele é um adolescente das IAs. Para dar início ao assunto, vou te relembrar como surgiu nossa ligação com a internet e como ela foi, aos poucos, modificando o nosso dia a dia e até extinguindo profissões.

A internet hoje parece indispensável, e é, na forma como a sociedade se moldou e se adaptou a ela. Mas o primeiro registro de internet começou como um projeto militar nos Estados Unidos, nos anos 1960. A primeira conexão bem-sucedida ocorreu em 1969, entre a Universidade da Califórnia e o Instituto de Pesquisa de Stanford. No Brasil, o acesso à internet começou no final da década de 1980, restrito a universidades, e só foi liberado comercialmente em 1995. Hoje, a IA segue caminho semelhante, e acelerado, saindo dos laboratórios para transformar profundamente a sociedade e o mundo do trabalho.

Leia Também:

Vale lembrar que a IA não foi descoberta. Ela sempre esteve ali, só precisava ser acessada. Nos anos 90, as empresas já utilizavam IA para o controle e armazenamento de dados. Hoje, a diferença é que ela é usada por todos e aplicada no dia a dia, automatizando os nossos sistemas.

Vou dar exemplos básicos: o Google foi criado em 4 de setembro de 1998 e, como plataforma de pesquisa, sempre utilizou um tipo de IA. Aos poucos, ele foi se aprimorando e se refinando, mas é uma IA que alimenta sua base de dados e nos garante uma enciclopédia online. Hoje, a geração Z pesquisa no TikTok ou ChatGPT, mas a geração 30+ usava o Google como fonte de informações.

Um outro exemplo são as agentes de telemarketing, que, a partir de 2010, foram substituídas por vozes eletrônicas, IAs com comandos e identificações para realizar um atendimento humano. Nosso GPS é um exemplo de IA implantado no dia a dia, assim como os aplicativos de corrida e diversos outros meios que usamos. Ela esteve aqui o tempo todo, mas hoje é usada de uma forma que pode ameaçar profissões.

Em maio deste ano, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou uma pesquisa que mostra que 25% das profissões serão afetadas pela inteligência artificial. A pesquisa traz uma lista de três grupos diferentes que podem ser substituídos pela IA, dentre eles: escriturários, analistas financeiros, recepcionistas, atendentes, dentre outros.

Mas calma, não é motivo para pânico. Ao longo dos anos, muitas profissões já foram extintas ou caíram em desuso, faz parte da evolução do mundo. Como por exemplo: telefonistas, datilógrafos, leiteiros, vendedores de enciclopédias, atendentes de locadoras, agentes de viagem, cobradores de ônibus, engraxates e tantos outros por aí.

Um levantamento conduzido pela Zendesk, empresa especializada no atendimento ao cliente, mostra que 42% dos entrevistados preferem resolver problemas simples com chatbots, em vez de interagir com atendentes humanos. A adesão crescente a soluções automatizadas reforça o potencial da IA para transformar o relacionamento entre consumidores e empresas.

Nesta semana, o diretor executivo da Amazon disse que a companhia vai diminuir a contratação de humanos à medida que a IA possa ir substituindo os profissionais em seus postos de trabalho. Segundo a mesma pesquisa da OIT, a inteligência artificial pode gerar cerca de 2,7 milhões de novos empregos líquidos até 2037, mas deve extinguir 92 milhões de profissões já existentes. Ou seja, mudando radicalmente a forma como as empresas operam.

A automação promete mais eficiência e agilidade nos processos, mas coloca em risco uma série de profissões que precisarão se adaptar para não serem extintas.

Governos, empresas e indivíduos precisam estar preparados para enfrentar os desafios e, sobretudo, aproveitar as oportunidades que a IA oferece. O objetivo deve ser claro: construir um futuro do trabalho mais justo, produtivo e sustentável.

No entanto, esse avanço traz alertas. A coleta e o armazenamento de dados pessoais, por exemplo, representam riscos sérios à privacidade. Informações sensíveis podem ser utilizadas de maneira indevida ou até se tornarem alvo de ataques cibernéticos.

Por isso, vai sobreviver ao mercado aquele que se adapta, que se reinventa, mas, principalmente, aquele que está sempre em busca de conhecimento.

 

FONTE/CRÉDITOS: Elis Carraro
FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): tempo.com
Comentários:
Elis Carraro

Publicado por:

Elis Carraro

Jornalista, atua como apresentadora do podcast Café ACIG, passou por veículos como a afiliada da Globo em Santa Catarina, Record TV (SC, PR e SP), e TV Alesp Notícias. Editora-Chefe do jornal Correio do Norte, em Canoinhas (SC).

Saiba Mais

Crie sua conta e confira as vantagens da Gazeta

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

Olá! Bem vindo a Gazeta.