Esse primeiro dia serviu para abrir oficialmente o processo, ouvir a acusação e dar espaço às primeiras defesas. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, fez o discurso inicial. Ele destacou que a democracia brasileira resistiu às tentativas de ataque e afirmou que o STF vai conduzir o julgamento de forma imparcial, sem se deixar influenciar por pressões políticas internas ou externas.
O que disse a acusação
O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, apresentou a acusação. Ele pediu a condenação dos réus e disse que não punir a tentativa de golpe significaria abrir espaço para novos ataques contra a democracia.
Segundo Gonet, há provas de que existia uma organização estruturada para questionar o resultado das urnas e tentar manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas eleições. Entre os elementos citados estão mensagens, documentos e ações planejadas por integrantes do grupo.
A defesa dos réus
Na parte da tarde, começaram as sustentações orais das defesas:
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) disse que sua delação premiada foi feita de forma voluntária e deve ser mantida.
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) negou espionagem ilegal e afirmou que apenas reunia informações pedidas pelo presidente.
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) rejeitou a acusação de que teria colocado as Forças Armadas à disposição do golpe.
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) minimizou a importância do documento encontrado pela Polícia Federal, chamando-o de uma “minuta do Google”, sem valor prático.
Encerramento e próximos passos
A sessão terminou no fim da tarde, por volta das 17h55. O julgamento foi suspenso e está em andamento no dia de hoje 3 de setembro, vez de ouvir as defesas de Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.
Depois que todas as defesas forem apresentadas, os ministros começarão a votar, decidindo se os réus serão condenados ou absolvidos.

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