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Quinta-feira, 09 de Outubro de 2025
Outubro Rosa: avanços científicos e tecnológicos fortalecem a luta contra o câncer de mama

Saúde

Outubro Rosa: avanços científicos e tecnológicos fortalecem a luta contra o câncer de mama

Pesquisas no Brasil e no mundo apontam novas alternativas de diagnóstico e tratamento, ampliando as perspectivas de cura e prevenção da doença

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O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, movimento internacional que tem como objetivo conscientizar sobre o câncer de mama e reforçar a importância da prevenção. No Brasil, a iniciativa é apoiada pelo Ministério da Saúde, que busca ampliar o acesso a informações, diagnóstico e tratamento.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais incidente entre mulheres no país, desconsiderando os tumores de pele não melanoma. A estimativa é de cerca de 74 mil novos casos por ano e, aproximadamente, 18 mil mortes.

No mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que os casos de câncer de mama devem crescer quase 40% até 2050, evidenciando um dos maiores desafios globais da saúde feminina: ampliar o conhecimento sobre como prevenir o câncer de mama e reduzir a sua mortalidade. Diante deste cenário, pesquisadores têm intensificado os estudos em busca de novas alternativas para combater a doença.

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Entre os avanços nacionais, estudos recentes apontam resultados promissores. Em maio, pesquisadores da Fiocruz Minas apresentaram descobertas sobre o uso de nanopartículas de óxido de ferro no combate ao câncer de mama. Os testes demonstraram que essas partículas podem impedir a multiplicação das células tumorais e dificultar a metástase, sem provocar danos ao organismo.

O estudo foi publicado na revista Cancer Nanotechnology e, segundo o pesquisador Carlos Eduardo Calzavara, “todas essas informações mostram que estamos caminhando para chegar, de fato, a uma imunoterapia efetiva”. 

Na área da tecnologia, um grupo da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um modelo de previsão da doença com taxa de redução de 99% dos falsos negativos. A proposta utiliza algoritmos de aprendizado de máquina e busca aumentar a precisão dos diagnósticos, reduzindo as chances de tumores passarem despercebidos em exames iniciais.

De acordo com o pesquisador envolvido no projeto, João Pinheiro, o mecanismo tem alto poder de generalização, o que garante maior eficiência em lidar com novos dados posteriormente. “Os modelos já têm uma performance relativamente satisfatória no aspecto dos dados. O que conseguimos mostrar é que podemos focar em falsos negativos e confiar o suficiente para gerar uma métrica robusta”, acrescenta.

Outro destaque nacional, compartilhado pelo Ministério da Educação, veio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que realizou, pela primeira vez em um hospital público, um procedimento de crioablação para tratar tumores mamários iniciais. A técnica, minimamente invasiva, utiliza nitrogênio líquido a baixíssimas temperaturas para congelar e destruir células cancerígenas. 

A primeira etapa avaliou cerca de 60 casos e obteve uma eficácia de 100% para tumores menores do que dois centímetros. Segundo a pesquisadora, mastologista e especialista oncológica com foco no câncer de mama, Vanessa Sanvido, a fase atual compara pacientes que passam apenas pela crioablação com aqueles submetidos à cirurgia tradicional. Mais de 700 pessoas estão incluídas na pesquisa, que ocorre em 15 centros de saúde do estado de São Paulo.

Essas inovações podem, no futuro, ampliar as possibilidades em relação aos tratamentos já consolidados contra a doença, evoluindo a forma como é feita a radioterapia, cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica, e criando novos procedimentos.

Confira avanços em pesquisa ao redor do mundo

Os avanços científicos contra o câncer de mama também tem se intensificado ao redor do mundo. Na Holanda, por exemplo, pesquisadores avaliaram mais de 41 mil mamografias e constataram que a combinação de radiologistas com sistemas de inteligência artificial (IA) aumenta a detecção de tumores em 8,4%.

O uso da IA como “segunda leitora” de imagens, em comparação com a dupla leitura humana padrão, pode, além de melhorar a precisão, reduzir a carga de trabalho dos profissionais de saúde sem comprometer as taxas de detecção e reconvocação do câncer.

Outro estudo, publicado recentemente na revista Cell por pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e do Institut Curie, na França, revisaram a compreensão sobre a função dos macrófagos no câncer de mama. Antes vistos como células que favoreciam um pior prognóstico, determinados subtipos têm sido identificados como agentes favoráveis no combate à doença, abrindo novas possibilidades para tratamentos personalizados.

Na China, uma equipe médica do Peking Union Medical College Hospital desenvolveu um sistema de termografia infravermelha com inteligência artificial (AI-IRT) acoplado a smartphones. O recurso permite que mulheres verifiquem seus níveis de risco por meio de um aplicativo, oferecendo uma alternativa de rastreamento mais acessível e econômica.

A equipe espera que o sistema sirva como um exame pré-clínico de mama mais econômico, conveniente e preciso para as mulheres chinesas. A intenção é levar o aplicativo para residências e centros comunitários, porém mais estudos de validação ainda estão em andamento. 

Nos Estados Unidos, o National Cancer Institute (NCI) também destaca uma série de avanços em pesquisas de diferentes frentes, como o uso da mamografia 3D em comparação à 2D, o emprego de contraste em exames para mulheres com histórico da doença e pesquisas sobre a rigidez mamária como possível marcador para detecção precoce. O instituto também investe em projetos de IA aplicados à interpretação de exames. 

FONTE/CRÉDITOS: Agência Experta Media
FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Secom
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